segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Colonização Européia, a Herança na Criação de Cavalos no Brasil e o Modelo Brasileiro de Produçaõ de Equinos

O cavalo moderno resulta basicamente da mistura dos sangues, europeu (cavalos de tração), africano (Berbere) e asiático (formadores da raça árabe). Dos ramos mais modernos temos como grandes geradores de todos os cavalos, principalmente os brasileiros, os cavalos ibéricos (Andaluz), Puro Sangue inglês e o Puro Sangue Árabe, destes, teve notória influencia nos plantéis brasileiros o cavalo ibérico trazido junto aos portugueses com a vinda da família real e éguas autóctones, muito provavelmente Berberes vindas das antigas colonizações espanholas e portuguesas. Junto com esses cavalos da realeza veio toda uma tradição européia de criação de cavalos, onde o frio e as condições de alimentação sazonais, limitam o cavalo a passar grande parte de sua vida confinado, dependendo totalmente do homem para sua alimentação e manutenção.
Mesmo os modelos de instalações tradicionalmente encontrados em hípicas e haras por todo Brasil refletem grandemente a visão européia que ainda se tem de como criar Cavalos. “Entidades sagradas” como Feno de Alfafa, Aveia e Cocheira, ainda são inabaláveis na crença de alguns criadores.
No Brasil não temos neve, as forrageiras tropicais verdejam quase que o ano todo em abundancia, ainda possuímos terras baratas e em quantidade e nossas raças eqüinas são substancialmente mais rústicas que seus parentes europeus, e tudo isso já foi percebido a varias décadas atrás por alguns pesquisadores brasileiros. Tive a honra de estudar com um deles, o professor Cláudio Haddad. O professor Haddad, nos apresentou a época a um sistema tropical de criação de eqüinos, onde o cavalo é criado de maneira extensiva, a pasto e a intervenção do homem é minimizada e otimizada, reduzindo custos e aumentando a qualidade de vida dos animais. Com um pasto bem formado de uma boa gramínea a nutrição do cavalo já está em grande parte assegurada, a suplementação se reduz ao mínimo, e está não pode deixar de considerar alimentos abundantes nos nossos campos, como milho, sorgo, soja e mesmo capineiras de capins mais altos como o Napie, para o inverno. O grande inimigo dos alimentos alternativos na alimentação de eqüinos, a cólica, em cavalos criados extensivamente a pasto, desaparece quase que completamente e o balanço nutricional se bem estudado pode ser conseguido com os alimentos mais inusitados. Também o haras deve ter seu desenho arquitetônico revisto com uma redução significativa das áreas cobertas e construídas em alvenaria. Os cavalos são alimentados, escovados, vacinados, medicados e manejados a pasto, em pequenas áreas centralizadas de serviço, as cocheiras só servem para aquela pequena parcela de animais em exposição e potros em doma.
Isso sim pode realmente viabilizar muitas criações e democratizar ainda mais a criação de cavalos.
Para quem quiser segue referencia do trabalho do professor Cláudio Haddad: HADDAD, Claudio Maluf . Sistema Brasileiro de Produção de Eqüinos. 1983

Grande Abraço, Luiz

2 comentários:

Unknown disse...

Ôooooooooo meu querido amigo!
Não sabia dessa sua empreitada na área equina, que bacana seu blog cara!
C-ará, muito bom em informações, e pra não fugir da rotina sempre impressionando os amigos!
Grande abraço, saudade docê rapaz.

Travesso

PATRIOTA disse...

É isso ai meu querido, sempre tive essa mania na vida, quando decido fazer uma coisa, gosto de fazer bem feito!!! O espaço não é só para os amantes do cavalo, mas também da Agronômia e tudo que os relaciona, portanto como meu amigo e nosso colega sinta-se a vontade para usar o espaço, comentar e ajudar divulgar para nossos amigos de profissão!!! Grande abraço, C-ará